quarta-feira, 15 de maio de 2013

Seca no NE provoca mudanças na produção do leite

Leite longa vida (UHT) será adicionado ao leite comum
Caso a seca que hoje atinge o Ceará se agrave nos próximos meses, as empresas produtoras de leite poderão utilizar até 35% de sua capacidade produtiva para a fabricação de leite longa vida (UHT) e pasteurizado a partir de leite em pó. A medida foi autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no dia 23 de abril. E permite que os estados do Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Bahia produzam leite a partir da reconstituição do leite em pó pelo período de três anos.
Dessa forma, o Governo pretende auxiliar esses estados a recuperar os índices produtivos anteriores à seca deste ano, que resultou na morte de animais e na redução da produção leiteira. Até o momento não há registro que empresas locais tenham lançado mão desse artifício, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Lacticínios e Produtos derivados no Estado do Ceará (Sindilaticínios), Henrique Girão. Mas ele não descarta que essa hipótese se concretize ainda no segundo semestre caso a seca se prolongue.
“Eu desconheço que aqui no Ceará tenha alguém trabalhando no sentido de utilizar essa abertura dada pelo Ministério, porque nós já estamos com chuvas há 30 dias e nesses 30 dias a captação de leite aumentou”, diz Girão. De acordo com ele, graças às últimas chuvas ocorridas no Estado, a produção leiteira registrou um aumento de 30% em abril. “Então, eu acredito que essa medida possa ser utilizada no segundo semestre”. Além dos produtores locais, o Estado recebe leite dos estados do Pará, Minas Gerais e Pernambuco, sento este o estado que mais envia leite ao Ceará.
Por lei, as empresas não podem utilizar o processo de reconstituição para produzir leite longa vida ou pasteurizado, exceto em casos emergenciais. “O objetivo é evitar prejuízos às economias locais e afastar a possibilidade de ocorrerem desabastecimentos para a população”, explicou o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, quando a medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

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