segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Ceará exporta US$ 1,47 bi no acumulado de 2017 e anota alta superior à média nacional

Porto do Pecém (Ce) por onde sai a produção cearense, tem registrado recordes
bastante significantes para a economia  do Estado.
Com exportações e importações em alta, o comércio exterior do Ceará registra mais um mês de expansão em 2017. De acordo com o estudo Ceará em Comex, produzido pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC, as exportações cearenses em setembro apresentaram um crescimento de 16,7% em relação a agosto, sendo o terceiro melhor resultado do ano em termos de valores (US$ 182,6 milhões). O desempenho do mês é 28% superior no comparativo com setembro de 2016, quando foi exportado US$ 142,8 milhões. Trata-se da 14a alta mensal consecutiva em comparação com o ano anterior. 
Já as importações cearenses em setembro somaram um aumento de 0,7% sobre agosto. Foi o mês com o segundo maior montante de 2017, com US$ 214,3 milhões, atrás apenas dos US$ 251,9 milhões registrados em março. O crescimento é ainda mais expressivo ao comparar com o mesmo período de 2016, com variação de 16,0%. Como resultado dessas movimentações, a balança comercial cearense registrou um déficit de US$ 31,5 milhões em setembro. 
Observando o comportamento da balança comercial do Estado no acumulado do ano, as vendas externas cearenses alcançaram a cifra de US$ 1,47 bilhão – alta de 77,2% quando comparado com 2016. No sentido inverso, as compras do exterior atingiram US$ 1,74 bilhão – queda de 42,3%. O resultado final de tais trocas comerciais resultou em um saldo negativo de US$ 277,2 milhões na balança cearense em 2017. Apesar de negativo, o valor representa uma redução do déficit em 87,4% em relação a 2016, quando as importações superaram as exportações em US$ 2,19 bilhões. 

Desempenho relativo
Os resultados das trocas comerciais do Ceará influenciaram a balança comercial do Nordeste no acumulado do ano, onde o peso das vendas externas do Ceará avançou de 8,83% (em 2016) para 11,80% (em 2017), e das compras do exterior caiu de 21,53% (ano passado) para 12,03% (atual). Em relação à participação na balança comercial do Brasil, as vendas externas do Estado apresentaram alta, de 0,59% para 0,89%. Em contrapartida, a participação das compras do exterior regrediu de 2,93% para 1,57%. 
O Ceará posicionou-se em 2017 na décima quarta colocação no ranking dos estados exportadores brasileiros. Em termos de indicadores de crescimento, o Ceará registrou a quarta maior alta percentual no país com 77,2%, acima da média nacional, de 18,1%. 

Municípios
No que tange aos dez principais municípios exportadores do Ceará, seis apresentaram queda nas vendas externas sobre o ano anterior. Vale o destaque para o município de São Gonçalo do Amarante, que lidera a lista com US$ 775,6 milhões (aumento de 1.236,6%), representando mais da metade da pauta exportadora do Estado. As exportações da Companhia Siderúrgica do Pecém - CSP impactam diretamente no resultado positivo do referido município. Fortaleza vem em segundo no ranking, exportando US$ 117,5 milhões (redução de 4,1% sobre 2016). Caucaia, Cascavel e Eusébio exibiram as maiores retrações, respectivamente de 43,3%, 25,5% e 23,4%.

Setores
Examinando o ranking dos principais setores exportadores do Ceará, “ferro fundido, ferro e aço” segue liderando a lista, com aumento de 1.591,8% sobre 2016 (saindo de US$ 43,8 milhões para US$ 740,3 milhões). Novamente constata-se a importância da CSP no perfil das exportações cearenses. Ainda como destaque, registra-se o aumento de 142,5% no setor de “Combustíveis, óleos minerais e produtos da sua destilação”. Em sentido contrário, “Máquinas, aparelhos e materiais elétricos”; “Frutas (incluindo castanha de caju)”; e “Algodão, fios e tecidos de algodão” registraram as maiores quedas, respectivamente de 63,1%; 40,8%; e 29,8%. 
Os itens originários da CSP, classificados como “outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular”, sofreram um aumento superior a 1.800 pontos percentuais em relação a 2016 e representam quase a metade das exportações do Estado (718,6 milhões). Vale destacar a concentração da pauta exportadora do Estado em laminados de ferro/aço, calçados e castanha de caju, ficando em menor escala, sucos (incluindo água de coco), couro/pele, GNL e cera de carnaúba.

Destinos  
Principal destino dos produtos comercializados ao exterior pelo Ceará, os Estados Unidos, ainda que tenham perdido participação na pauta exportadora (caindo de 25,4% para 22,5%), avançaram em valores, passando de US$ 210,5 milhões para US$ 329,9 milhões - alta de 56,7% no período. Vale ainda ressaltar os expressivos aumentos para a Coreia do Sul (2.233,1%); México (1.333,5%); e Turquia (896,7%). 
Em relação às importações, é possível verificar os Estados com maior participação nas compras do exterior. O Ceará se firma na décima quarta posição, importando US$ 1,7 bilhão, o que representa uma redução considerável de 42,3% quando comparado com o ano anterior. Além do Ceará, apenas outras quatro unidades federativas apresentaram decréscimos nas compras do exterior. São elas: Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pará e Sergipe. 
São Gonçalo do Amarante é o município de maior participação no ranking dos importadores cearenses, com US$ 738,6 milhões. Apesar de ter sofrido uma queda percentual de 65,5% em relação a 2016, ainda representa 42,4% das compras externas do Estado. Destaques para Eusébio, Tianguá e Cascavel, com aumentos respectivos de 77%, 55,8% e 52,0% quando comparados com o ano anterior. 
Em relação aos principais setores importados pelo Ceará em 2017, “Combustíveis e óleos minerais” lidera a lista com US$ 682,0 milhões - 82,5% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Outros destaques dizem respeito aos elevados aumentos nas participações de “Ferro fundido, ferro e aço”; “Produtos diversos das indústrias químicas”; e “algodão, tecidos e fios de algodão”, respectivamente em 237,6%; 81,0%; e 77,3%, se comparados com 2016. O setor de “Máquinas, aparelhos mecânicos e suas partes” registrou queda de 91,6%, em virtude, em sua grande parte, do início das operações da CSP e fim das importações de maquinários para a Companhia.
As importações cearenses por produtos (NCM) mostram que as compras de “Hulha betuminosa, não aglomerada” é a primeira do ranking, com um valor importado de US$ 381,9 milhões. O produto que apresentou o maior crescimento percentual, de 31.855,0%, foi “Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, folheados ou chapeados, galvanizados por outro processo”, resultando na importação de US$ 31,4 milhões. 
A China é atualmente o principal parceiro das importações do Estado em 2017, exportando para o Ceará um valor de US$ 304,7 milhões - apesar do decréscimo de 26,4% em relação a 2016. Grandes aumentos foram registrados nas importações oriundas da Austrália (183,4%), Nigéria (112,8%), e Moçambique (778,6%).

Fonte: Assessoria SFIEC

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