Produção de laranja no baixo Acaraú/Ce. |
Os planos futuros são da instalação de uma esmagadora de laranja para o fornecimento de suco concentrado da fruta e suco de caixinha.
O projeto será realizado em 2.000 ha - duas etapas de 1.000 hectares -, conforme informou o engenheiro agrônomo e gerente do projeto no Ceará, Antônio Marcos Aires de Lima.
A compra dos primeiros 500 ha, mais a montagem da infraestrutura e a plantação das mudas, representou o investimento inicial de R$ 13 milhões, que tiveram início em 2009. Para concluir a primeira fase, os outros 500 ha e a plantação consumirão R$ 11 milhões. Novas mudas estão previstas para serem fixadas em outubro.
“A gente acredita que o projeto vai se dar muito bem na região. Nosso objetivo é aproveitar a entressafra de São Paulo. Com base nisso, teremos uma vantagem a mais”, comentou Aires de Lima, deixando claro que a empreitada vai seguir independente da produção paulista.
O gerente explica que o restante da área do projeto será adquirido após a primeira colheita. Poderá ser por meio de licitação ou por compra avulsa. “O importante é que queremos continuar neste Perímetro Irrigado (do Baixo Acaraú, construído pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas - Dnocs), em função da boa infraestrutura oferecida, como água e energia elétrica”. Segundo informou, o projeto está sendo financiado pelo Banco do Nordeste (BNB).
Cerca de 45 funcionários estão trabalhando no Roque Citrus Ceará, entre eles tratoristas, pulverizadores, responsáveis por podar e capinar. Na época da colheita, é esperada a contratação de mais 150 trabalhadores temporários. “Os trabalhadores estão sendo capacitados aqui. Estamos aproveitando a mão de obra local”, garantiu.
Custos menores no CE
O presidente da Câmara Setorial da Fruticultura do Ceará, o empresário João Teixeira Júnior, afirma que considera importante a entrada da Roque Citrus no Estado. “O Ceará tem um potencial muito grande. Toda essa parte de suco sempre vem de outros Estados, principalmente de São Paulo. Vai gerar riqueza para a nossa região”.
João Teixeira comenta que há vantagens para produzir frutas cítricas no Ceará, em razão do clima semiárido, que proporciona a menor incidência de pragas, consequentemente, a menor utilização de defensivos químicos. “Tem muito sol e poucas chuvas, evitando pragas. Podemos ter uma relação melhor com a natureza do que em São Paulo”.
O POVO procurou a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) para falar sobre o projeto no Baixo Acaraú. A agência informou que não comenta o assunto, por questões de sigilo empresarial.
Sem falar sobre esse caso em específico, o diretor de Atração de Investimento da Adece, Cláudio Frota, disse que o Estado está criando condições para cultivar frutas cítricas. A consequência disso é criar as condições para desenvolver uma indústria de processamento da laranja, por exemplo.
“A Adece tem uma diretoria voltada ao agronegócio, tem um trabalho para ver como podemos melhorar o manuseio em produtos que o Ceará tem vocação. A gente tem ações nessa área (de citricultura). Eu diria que, quando você tem uma semente, aquela semente gera uma árvore, que gera frutos”, ressaltou Frota.
O diretor destacou que a laranja não proporciona só o suco. “Você tem o óleo, tem gominhos da laranja desidratado, que são vendidos no mercado externo”.
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