sábado, 10 de novembro de 2012

"derrotar a seca e resolver estruturalmente o problema",Dilma Rousseff.

Presidenta Dilma Rousseff durante reunião da Sudene em
Salvador/Ba.
A presidente Dilma Rousseff prometeu, ontem, em Salvador, "derrotar a seca e resolver estruturalmente o problema" no Nordeste. A declaração foi dada ao fim da 16ª Reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
No evento, do qual também participaram governadores ou representantes de todos os Estados nordestinos, além dos vice-governadores de Minas Gerais e do Espírito Santo e dos ministros da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, foram assinados convênios entre o governo federal e os governos estaduais para liberação de recursos referentes a 77 obras para ampliar a oferta de água em municípios da região. Os projetos, somados, têm investimentos previstos de R$ 1,8 bilhão - e, segundo Bezerra, formam a primeira parte de um programa que prevê investimento total de R$ 3 bilhões.
"Este País não tem mais o direito de deixar que a seca se transforme em um flagelo, nem pode agir de forma parcial ou isolada, no que se refere a suas esferas de poder, para resolver os problemas", disse a presidente. "Nós vamos usar esta seca para avançar mais. Nós vamos resolver, estruturalmente, o problema da seca. Esse é o compromisso que sai desta reunião".

Perdas
Além das obras de construção e ampliação de barragens, adutoras e sistemas de abastecimento e irrigação, Dilma também prometeu medidas emergenciais para compensar as perdas de agricultores e pecuaristas, que sofrem com a estiagem deste ano - considerada a pior em 50 anos em algumas regiões nordestinas. No evento, foi anunciada também a ampliação do bolsa-estiagem de R$ 400 para R$ 560 e a do seguro garantia-safra de R$ 680 para R$ 952.
"O governo federal também está extremamente preocupado em solucionar a questão do milho - nós vamos fazer o possível e o impossível para aumentar o fornecimento de milho subsidiado para os pequenos produtores dos Estados nordestinos", disse.
"Acho que vamos ter de nos preparar para sustentar rebanhos e recompô-los. É importante que a gente já olhe um pouco mais longe". Na manhã de ontem, ela inaugurou uma adutora de água em Malhada (800 km de Salvador) no semiárido baiano. A obra da chamada adutora do Algodão, realizada pelos governos federal e baiano, leva água tratada do rio São Francisco para oito municípios da região.

Investimentos do CE
O Estado do Ceará deverá investir até 2014, cerca de R$ 400 milhões em obras hídricas voltadas principalmente para as sedes dos municípios. O anúncio foi feito ontem pelo governador Cid Gomes (PSB) logo após a assinatura de convênios com a Funasa e com o Ministério da Integração Nacional.
Ontem foram assinadas parcerias no valor de R$ 40 milhões. "Esses recursos serão voltados para obras definitivas. Uma seca impõe dois tipos de ações - uma emergencial e outra estruturadora, com obras que nos permitam conviver com a seca, que é um fenômeno que vai acontecer, que vai se repetir sempre", disse.
Cid fez elogios à presidente Dilma Rousseff quanto ao atendimento das reivindicações dos Estados do Nordeste, principalmente o Ceará. "Temos que reconhecer a sensibilidade que sempre teve a presidente Dilma, que atendeu todos os pontos, todas as sugestões e demandas", disse.
O governador assevera a decisão da presidente de ampliar o Garantia Safra. "Nós também no Ceará estamos ampliando o Bolsa Estiagem com mais duas parcelas", disse.
Cid Gomes destacou que o governo do Estado destinará obras para as sedes dos municípios, que segundo ele, devido o crescimento populacional estão apresentando problemas crônicos de falta de água.
Quanto às comunidades rurais, observou que já são realizadas diversas ações, como programa de implantação de cisternas e de pequenos sistema de abastecimento d´água.
"Agora mesmo estamos tratando de um financiamento como Banco Mundial para estender o Projeto São José e trabalhamos na diretriz de universalização do abastecimento d´água para toda a população do Estado até 2014", revelou. 

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