Os compromissos já firmados com aproximadamente uma dezena de partidos que lhes garantem um tempo razoável de rádio e televisão, no Horário Eleitoral Gratuito, e um plano de obras e serviços capaz de justificar as críticas por eventuais compromissos de campanha não cumpridos de todo, independentemente do total de recursos federais prometidos e não liberados, o prefeito, silenciosamente, estrutura sua campanha, admitindo, inclusive, enfrentar, juntos ou separados, o PMDB, principal aliado de 2012, e o PT, o mais importante adversário daquele ano.
Roberto Cláudio evita tratar especificamente da disputa eleitoral do próximo ano. Ele se esquiva com o argumento de estar totalmente focado na administração, muito especialmente agora em razão das dificuldades orçamentárias e financeiras da União, sua principal parceira em várias das obras tocadas pela gestão municipal, com destaques para aquelas ligadas à saúde, à moradia, e as de mobilidade urbana, percalços que impuseram um reordenamento de prioridades e de buscas de outras fontes de financiamentos.
Governador
No seu dizer, discutir candidatura de 2016, neste momento, é contraproducente. Mas ele não tem se descurado, com a devida parcimônia, de tratar da questão com quem tem o poder de decisão nos partidos e nos diversos bairros da Capital, por onde tem andado, muito frequentemente, com vereadores e outras lideranças, inclusive algumas que ajudaram a dar boa votação a Eunício na disputa pelo Governo do Estado, no ano passado. As visitas, voltadas para a administração, terminam, também, objetivando 2016.
O governador Camilo Santana, com ou sem o PT, será apoiador de Roberto Cláudio. Mesmo eleitoralmente tendo pouco a oferecer à empreitada do prefeito, as parcerias em projetos para serem executados, já a partir da segunda metade deste ano, nos diversos pontos da Capital, fortalecerão o discurso da campanha, de eficiência e realizações, permitindo fazer comparações dos quatro anos desta gestão com os oito do Governo municipal anterior. O governador terá uma participação explícita na campanha defendendo a reeleição do atual prefeito.
Se ela será mais ou menos agressiva vai depender da posição do PT municipal à época do pleito. Camilo, ao seu estilo, tem feito gestões no sentido de neutralizar as forças do partido, em Fortaleza, que insistem na candidatura própria. Será difícil lograr êxito nesse objetivo. Luizianne admite ser candidata.
Mas, com certeza, o PT da Capital entrará fragilizado na disputa, ou essa parte dele, considerada refratária, como se deu no pleito passado para o Governo do Estado, apoiará informalmente o adversário do prefeito, resultando que, o seu maior patrimônio de hoje, o tempo para a propaganda eleitoral, ficaria sem utilidade.
Fora as investidas de Roberto Cláudio, atualmente não se conhece qualquer outro trabalho consistente com vistas às disputas do próximo ano. O grupo que se aliou em torno da candidatura de Eunício Oliveira ao Governo do Estado, no ano passado, incluindo parcela do PT da Capital, até que ensaiou um movimento pensando 2016, mas não avançou. A heterogeneidade de ideias e vaidades afastaram os líderes, embora no discurso tentem mostrar o contrário. Eles até poderão voltar a se aglutinarem, assim favoreçam as conveniências na ocasião, dentre as quais a inviabilidade de algumas candidaturas, como as do PR e PT.
Reestruturação
Luiz Pontes, presidente estadual do PSDB, está motivado pelo senador Tasso Jereissati a avançar na reestruturação do partido no Ceará, de modo a participar das eleições municipais em vários municípios, inclusive em Fortaleza, onde, historicamente, a agremiação nunca teve uma forte representação. Os tucanos cearenses não têm qualquer acordo com o grupo de partidos a que se aliou no pleito passado. "Aquilo é página virada", diz Pontes.
Pela programação dos tucanos, a partir de agora alguns eventos serão programados para diversos municípios cearenses, sempre com a presença do senador Tasso, a princípio, com o propósito de inaugurar os 120 diretórios já estruturados por velhos e novos aliados, e posteriormente para cuidar das eleições municipais. A direção estadual da agremiação quer apresentar o maior número possível de candidatos a prefeitos e vereadores, preferencialmente nomes jovens com determinação de contribuir para oxigenar a política cearense.
O sentimento dominante no espaço tucano é que a falta de lideranças com pensar novo, com o sentimento de mudanças no modo do fazer política de hoje, detestável por um expressivo segmento social, reclama do PSDB esse investimento nos seus quadros, ensejando, inclusive, a que outras agremiações se renovem e afastem os não comprometidos com as boas práticas reclamadas a todos que se propõem estar na vida pública.
Edison Silva (Editor de Política - DN)
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