Alexandre Tombini,presidente do BC, manterá as taxas atuais |
A principal dúvida é se a instituição manterá a afirmação de que a estabilidade dos juros “por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada” para assegurar a queda da inflação. Ou se o BC indicará que pode subir a taxa básica em breve.
Os juros estão no patamar atual desde outubro. Na última reunião do Copom, em janeiro, o BC disse que o balanço de riscos para a inflação havia piorado. Por outro lado, a instituição afirmava que a recuperação da economia é menos intensa do que o esperado e que a crise externa ainda afeta o País. Por isso, decidiu não mexer nos juros.
Desde então, os números e previsões para a inflação só pioraram, com a taxa acumulada em 12 meses e mais próxima do limite de 6,5%. Os dados sobre o crescimento econômico divulgados na semana passada, de 0,9% em 2012, também ficaram aquém do esperado pelo governo.
Desconforto
O estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, diz que, apesar do desconforto demonstrado pela autoridade monetária com o comportamento recente dos preços, prevalece no governo a visão de que a inflação retomará o movimento de queda no segundo semestre. A nova decepção com o crescimento econômico no fim de 2012 também deve fazer com que o governo mantenha a política econômica voltada para o crescimento.
Para o professor da Trevisan Escola de Negócios Alcides Leite, o governo está aceitando uma inflação mais alta, desde que ela não supere o teto da meta. “Até o fim do ano, os juros poderão ser mantidos. O baixo crescimento do PIB ajuda a manter a taxa”, afirmou o economista, que acredita que o Copom irá manter a taxa básica em 7,25%.
Levantamento do serviço AE Projeções feito com instituições financeiras e empresariais mostram que o mercado está dividido em relação às futuras decisões do BC: 36 mantêm a expectativa de estabilidade ao longo de 2013; outras 36 esperam que a Selic suba, encerrando o ano entre 7,50% e 9,00% ao ano. (AE)
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