segunda-feira, 11 de junho de 2012

Feira de produtos importados em Fortaleza

As roupas estão entre os principais itens
Daqui a dois meses, a estudante de Design de Moda Camila Ferrer, 19, vai embarcar para Nova York, onde passará um ano, depois de ter conquistado uma bolsa de estudos na Universidade Federal do Ceará (UFC). Na preparação de uma bagagem equipada, a jovem foi em busca de agasalhos, na manhã do último sábado, no Ginásio do Náutico Atlético Cearense, onde está ocorrendo uma feira de produtos importados e apreendidos pela Receita Federal em operações de fiscalização.
A feira segue até o próximo sábado, 14, ou enquanto tiver produtos no estoque. O valor arrecadado será dividido entre o Instituto de Promoção da Nutrição e do Desenvolvimento Humano (Iprede) e o Instituto Irmã Giuliana Galli.
Camila foi logo no primeiro dia para garantir casacos novos na mala, mas a lista de itens ofertados no evento é muito mais extensa. A maior procura do público é por eletro-eletrônicos e perfumes, mas as mesas dispostas no espaço expõem também roupas, peças íntimas, brinquedos, material escolar, ferramentas, equipamento para pesca, maquiagem, calçados. No total, foram doados um volume de mais de 100 metros cúbicos de caixas com produtos que estavam retidos em Foz do Iguaçu (PR), segundo explicou o presidente do Instituto Irmã Giuliana Galli, Massimo Baraglia. “Os preços vão de R$ 1 a R$ 600, por isso atingem todos os públicos”, informou. “Os valores chegam a ser até 30% abaixo do preço de mercado”, declarou a coordenadora da feira e voluntária no Iprede, Joana Clemente. Os produtos podem ser pagos em dinheiro, cartão de crédito ou débito, parcelados em até seis vezes.
Aproveitando a oportunidade e a proximidade do Dia dos Namorados, o administrador Adoniran Rodrigues, 29, procurava itens para uso pessoal e um complemento para o presente da mulher. “Estou querendo um celular e vou ver também os perfumes importados, para aproveitar a data e presentear a esposa. Ela merece”, declarou-se.
O horário de funcionamento é das 8h às 20 horas. Pela primeira vez em uma feira da Receita, o auxiliar administrativo Luís Gustavo, 24, deixa uma dica: “tem que chegar bem cedo, para pegar eletrônicos, que é o atrativo maior. No geral, tem muita peça barata, mas tem que ficar de olho na qualidade”. Devido a grande procura do público, foram estabelecidas algumas regras. As pessoas entram em grandes grupos a cada hora - apesar de que na manhã do sábado o tempo passava disso. A entrada custa R$ 5 e as pessoas devem apresentar RG e CPF.
Lá dentro, cada pessoa pode comprar até R$ 1 mil. O limite é de 10 peças do mesmo produto, ou dois itens do mesmo eletrônico ou cinco perfumes iguais. Passada uma hora, funcionários repõem as bancadas e prateleiras antes da liberação da entrada de novos compradores.
Na fila dos eletrônicos, o professor de Matemática Saulo Dantas, 23, vibrou depois da confirmação de que havia os produtos que queria. “Já vim determinado a pegar produtos ligados à parte de videogames. Comprei um controle do Xbox, um kinect e um celular. Valeu a pena porque peguei aqui pela metade do preço”.
Não tão satisfeita estava a bancária Niana Quental, 35. “Não me interessei por quase nada, eu imaginava outra coisa, e fiquei muito tempo na fila, foram mais de três horas”. O jeito era esperar o marido, que tentava a sorte no setor de eletrônicos. A longa espera na fila é na verdade uma das maiores queixas dos que esperavam do lado de fora do Náutico. “Disseram que ia ser entrada de 40 em 40 minutos, mas já aguardamos há mais de duas horas”, disse um dos idosos que esperavam na fila preferencial e preferiu não se identificar.
O Iprede recebe anualmente doações da Receita Federal em produtos. Na feira realizada em fevereiro de 2011, o valor arrecadado serviu para dar início à construção de uma clínica para atendimentos médicos de baixo custo e preço acessível, a fim de garantir autossustentabilidade para o instituto. O plano é que com o dinheiro da feira desta semana as obras sejam finalizadas e a clínica inaugurada em agosto.
O Instituto Irmã Giuliana Galli já atua há 20 anos em Fortaleza. Fundado pela irmã Giuliana Galli, na Vila Garibaldi, no bairro da Serrinha, hoje atende cerca de mil crianças de baixa renda. Com o dinheiro arrecadado na feira de importados, o objetivo é reformar as duas escolas, comprar um veículo para dar suporte à arrecadação de doações, além de dar continuidade aos projetos executados diariamente pela entidade. Para contribuir, entre em contato pelo número (85) 3088-8807.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Encontro Anual das Indústrias Químicas e entrega do Troféu Quatro Elementos é realizado na FIEC

Estiveram presentes na cerimônia o Vice-presidente da FIEC, André Montenegro; o Diretor Administrativo da FIEC, Chico Esteves, o Superintend...