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Financiamento bancário lidera o rank |
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Durante o mês de março, pelo menos 66,9% dos fortalezenses mantiveram
algum tipo de dívida. O resultado faz parte de levantamento realizado
pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), órgão
vinculado à Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio). Em
comparação com fevereiro, quando 67,1% da população tinham dívidas, o
índice teve decréscimo de 0,2 %
Apesar de indicar uma queda no
número de endividados, o resultado segue como o segundo maior dos
últimos doze meses, atrás apenas de fevereiro (67,1). De acordo com o
levantamento, o resultado foi impulsionado principalmente devido à
utilização do crédito, sobretudo financiamento bancário, para o consumo
no início do ano. Ainda que concentrada em curto prazo, ela representa
76,3% das dívidas em prazos inferiores há um ano.
Uma das
explicações disso, aponta o levantamento, é o padrão de consumo, ainda
limitado pela baixa renda do consumidor local. A compra de alimentos,
itens de higiene pessoal e limpeza comprometeu 33% do orçamento
familiar; a aquisição de artigos de vestuário, 19,2%; gastos com
educação e saúde, 23,3%; eletroeletrônicos, 21,9%; e as despesas com
aluguel, 7,7%.
Para Alex Araújo, economista do IPDC, o resultado
não necessariamente preocupa, se levarmos em conta o fato de grande
parte das compras estão relacionadas à dividas de curto prazo. Com valor
médio estimado em R$ 1.036 e prazo médio de seis meses, as dívidas
comprometeram cerca de 28,0% da renda familiar dos consumidores com o
seu pagamento.
Já em relação a esse indicativo, o economista
afirma que os consumidores precisam demandar maior atenção. Apesar de
ser um indicativo que depende, segundo Araújo, da renda média de cada
família, ele se torna relevante por estar relacionado ao consumo
corrente das famílias. Utilizando o crédito como forma de pagamento,
45,8% dos entrevistados o fizeram para a compra de itens de alimentação.
A margem para imprevistos, segundo Araújo, deve sempre ser
considerada pelo consumidor. Em uma situação de emergência, as reservas
orçamentárias precisam estar disponíveis às famílias. O que se torna
mais difícil quando se tem o orçamento comprometido, afirma o
economista. “O ideal é que tenhamos uma cultura financeira e se poupe
dinheiro como forma de complementar o consumo e o planejamento
orçamentário”, completa.
Dívidas em atrasoHouve
redução também no número de consumidores com contas ou dívidas em
atraso. O percentual de março ficou em 16,7% frente aos 17% de
fevereiro. O resultado foi influenciado pela queda na taxa de
endividamento dos consumidores com renda familiar entre cinco e dez
salários mínimos.
A proporção de consumidores que não terão
condições financeiras para honrarem seus compromissos sofreu redução de
0,9 pontos percentuais ficando em 4,4% em março. Entre os perfis dos
consumidores inadimplentes, há preponderância do gênero feminino (5,1%) ,
com idade entre 25 e 34 anos (5,7%) cuja renda familiar é inferior a
cinco salários mínimos (5,0%).
Em relação a questão
orçamentária, pelo menos 78,7% dos entrevistados afirmaram fazer
orçamento mensal e acompanhar eficazmente seus gastos. 12,2% dos
entrevistados informaram não possuir orçamento e 9,1% relataram que
fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos.