terça-feira, 26 de junho de 2012

Refinaria da Petrobrás no Ceará somente em 2017

Graça Foster presidente da Petrobras
A Refinaria Premium II, a ser construída no Ceará sob a responsabilidade da Petrobras, terá orçamento e cronograma reavaliados. Na prática, é isso que deve acontecer com o empreendimento, informações do Plano de Negócios (PN) 2012-2016 da estatal, anunciado ontem pela presidente da Petrobras, Graça Foster.
A executiva reafirmou a necessidade da construção da usina e enfatizou que nenhum projeto foi retirado da pauta. Porém, a refinaria cearense é agora citada no plano no ramo dos “projetos em avaliação”.
Somados os projetos em implantação e em avaliação para ampliação do parque de refino, o orçamento destina investimento de US$ 31,2 bilhões, US$ 4,2 bilhões a menos do que previa o PN 2011-2015. “Quando falamos que estamos reavaliando, podemos dizer que estamos fazendo um trabalho para determinar objetivamente o cronograma e quanto será preciso para o projeto”, disse Foster. Também entraram em revisão a Premium I, do Maranhão, e a segunda fase da Comperj, no Rio de Janeiro.
A apresentação do PN ocorreu sob duras críticas de Foster ao não cumprimento de metas da estatal ao longo dos anos. Entre os maus exemplos, foi citada a refinaria Abreu e Lima, de Pernambuco, que além de atrasada (está com 55% da obra pronta, quando deveria estar com mais de 90%), teve sobrepreço (pelos planos iniciais, custaria US$ 2,3 bilhões, mas está saindo por US$ 20 bilhões).
Até agora, a Premium II estava orçada em US$ 11 bilhões, com início das operações prevista para 2017 e capacidade para processar 300 mil barris de petróleo por dia.
“Isso (a reavaliação) faz parte do cenário político e econômico mundial. Um dos setores que mais vêm sofrendo impacto das crises internacionais é o de refino, porque trabalha com margem de lucro muito pequeno. A taxa de retorno sobre o investimento também é baixa”, afirmou o consultor em gás e petróleo, Bruno Iughetti.
Conforme Iughetti, os riscos de refinaria no Estado ser abortada são pequenos. “Ela é estratégica, principalmente pelos efeitos regionais e pelos custos de logística.”

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