sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sergipe é 1º no uso de madeira reflorestada

Floresta de eucalipto em SE
As empresas produtoras de cerâmica do Baixo São Francisco sergipano despontam como pioneiras, no País, na substituição de madeira nativa por reflorestada para geração de energia calorífica. O projeto de reflorestamento de eucalipto integra o Arranjo Produtivo Local (APL) cerâmica vermelha desenvolvido pelo Governo do Estado, através das secretarias de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe (Sedetec), da Inclusão Social (Seides), da Agricultura (Seagri) e do Instituto Pró-Cerâmica (IPC). O tema foi destaque na revista NovaCer, de circulação nacional e especializada na área de cerâmica, durante entrevista com o presidente do IPC, o sergipano Mehujael Colaço Rodriques.
Firmado em 2010, o Projeto é executado em uma área de 108 hectares, na região do Platô de Neópolis, cedida pelo Governo do Estado em regime de comodato ao IPC. O reflorestamento busca evitar o apagão florestal, representado pela falta de madeira para energia calorífica e pelo desmatamento, com interferência prática por meio do plantio de eucalipto para a produção de lenha. Do total do plantio, ficou estipulado que 20 % será doada aos artesãos de Santa do São Francisco.
Atualmente, a área dispõe de 125 mil mudas plantadas. Conforme o presidente do IPC, Mehujael Colaço Rodriques, a meta é alcançar 225 mil mudas e iniciar o corte em dois anos. “Nossa proposta é reduzir a dependência das cerâmicas de material lenhoso da Bahia. O projeto de reflorestamento tem caráter social e ecológico, pois nove empresas de cerâmica vermelha ficarão livres da aquisição de eucalipto, fonte de energia calorífica para a queima dos blocos cerâmicos. Além disso, evitará o desmatamento e beneficiará o artesão do baixo São Francisco. Somos o único estado a praticar o reflorestamento nesse sentido. Esse é um projeto ousado, principalmente se considerarmos que é tocado por apenas nove empresas de cerâmica”, informou.
Colaço explica que com a utilização da madeira de reflorestamento, o custo da produção cairá, estimulando, assim, investimentos na modernização do maquinário e capacitação de mão de obra. “Para produzirmos 400 mil peças é necessário cerca de 300 metros cúbicos de madeira por mês, considerando que um metro cúbico de eucalipto varia de R$ 110 a R$ 120. A produção total de Sergipe é de cinco milhões e temos empresas que produzem dois milhões de peças. Com o reflorestamento, a redução no custo é considerável. Estamos buscando parceiros para manter e ampliar o projeto de reflorestamento”, disse, destacando o apoio da Universidade Federal de Sergipe na supervisão do programa de reflorestamento.
O Arranjo Produtivo Local de cerâmica vermelha de Sergipe é composto por três territórios: Agreste (Itabaiana, Campo do Brito e Areia Branca), Sul (Itabaianinha, Estância, Tomar do Geru e Umbaúba) e Baixo São Francisco (Santana do São Francisco, Propriá, Telha). Juntos, os municípios produzem cinco milhões de peças por mês, entre blocos e lajotas, empregam 3,5 mil pessoas e vendem suas produções para os estados da Bahia e Alagoas.

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